sábado, 23 de agosto de 2008

A Síndrome do T.A.S.


(...) “Então Paulo, estando de pé no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos; porque, passando eu e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais sem o conhecer, é o que vos anuncio.
O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez todas as raças dos homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem a Deus, se porventura, tateando, o pudessem achar, o qual, todavia, não está longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam; porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
Mas quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos ainda outra vez. Assim Paulo saiu do meio deles. Todavia, alguns homens aderiram a ele, e creram, entre os quais Dionísio, o areopagita, e uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros.”


Há uma busca pelo jeito certo de se viver. Há uma cosmovisão religiosa.
Existe um Deus?
Ou, criamos a idéia de um Deus para suprirmos as necessidades de sobrevivência e convivência?
Creio que o método que iremos usar para responder a esse questionamento irá interferir irremediavelmente no resultado. Como aquele termômetro que ao entrar em contato com o meio que se quer auferir, por conter em si mesmo certa temperatura, altera o resultado da medição.
Nunca vamos “tatear” ausentes de pré-conceitos. A escolha do método usado para investigação praticamente determina o resultado. A predileção pelo histórico-científico me parece deixar lacunas abissais! O resultado já foi comprometido pelo método. Como alguém que escolhendo a ciência ensejando “provar” a existência de Deus, quaisquer que, crendo, fossem seus resultados, positivos ou negativos, colocar-se-lhe-ia no mesmo patamar da divindade, logo seria um deus. Uma falácia!
Existindo O Deus, como encontra-mo-lo? Quais são e onde estão os vestígios que ele deixou? Caso existam, por que, quando, como e para que os deixou? De que maneira podemos analisá-los?
Caso exista O Deus deve haver a maneira certa de se investigar e conhecê-lo.
Parece que nossos amigos Epicuro e Zenão eram bem resolvidos nesse assunto. Ou não? AO DEUS DESCONHECIDO ????

“...na Idade Média, os metafísicos cristãos retratariam os gregos nas décadas anteriores a Cristo lutando com valentia, mas às cegas, em busca de um conhecimento de Deus, procurando por assim dizer, conjurar Jesus do nada em Atenas, inventar o cristianismo a partir de suas pobres mentes pagãs. Em certo sentido, essa suposição está correta: o mundo encontrava-se pronto para o cristianismo. Estava esperando por Deus. No entanto, é improvável que o mundo helênico fosse capaz de gerar tal sistema com seus próprios recursos.” (Johnson).

Na passagem bíblica constante do exórdio, a qual se encontra registrada no capítulo 17 do livro dos Atos dos Apóstolos, pselafeseian, no versículo vinte e sete, está em grego no Imperativo Aoristo do verbo pselafeo, significando tocar, apalpar, sentir. O Optativo é usado aqui num tipo de sentença condicional incompleta, expressando objetivo ou propósito (LaSor). O verbo dá a idéia de tatear, à procura de Deus, no escuro, quando a luz de sua plena revelação não está disponível (Bruce).

Seres humanos nascem com a Síndrome do T.A.S. - tocar, apalpar, sentir. É preciso tocar, apalpar, sentir; resumindo: PROVAR para merecer nossa atenção, nossa crença. (E também aumentar o nosso prestígio, não?)

(...) “Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.
Diziam-lhe, pois, ou outros discípulos: Vimos o Senhor. Ele, porém, lhes respondeu: Se eu não vir o sinal dos cravos nas mãos, e não meter a mão no seu lado, de maneira nenhuma crerei.
Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” (Evangelho de João, capítulo 20)

Ora, parece-me vã a busca de O Deus fora dos parâmetros que ele mesmo definiu: sua revelação de si mesmo. A fé é antagônica à razão humana. Esta se traduz pelo governo, senhorio de si próprio. Aquela carrega em si a idéia de sujeição, submissão, dependência. Por isso, a escolha do método é o fator primordial no questionamento.

Contundente são as palavras do teólogo de Tarso: - Tudo bem! Ele não leva em conta o fato de vocês não terem prestado atenção antes, porém agora expandam suas mentes, concordem com Ele e mudem seu jeito de viver, porque dentro em pouco se haverão numa Audiência com O Eterno! (paráfrase).
Marcelo Evangelista de Souza

Os Cinco Solas da Reforma



Sola Scriptura

Sola Gratia

Sola Fides

Solus Christus

Soli Deo Gloria

Veja em:

http://www.monergismo.com/?secao=cinco_solas